quarta-feira, 20 de agosto de 2014

#71. The Sahaja Diaries: Everythingness/Os Diários do Sahaja: Tudo

[versão em português logo abaixo]

What is left of you when there's no you out there is this:

                                                everything

Because it's about eating breakfast in silence.
40 degrees Celsius and the body sweating in despair.
Chopping onions for two hours and noticing little by little that each of them has its own texture, and that each of them requires you to use the knife in a special way.
It's about bucket shower and very little electricity.
Me running towards Mooji's feet to kiss them in his muddy New Balance shoes.
About meeting these people, eating chocolate nonstop, touching the heart of fear and allowing it to go its ways [crossing my eyes with others and recognize they have it there, too]. About encounters which are wordless.
Belonging completely by not belonging at all, therefore it's about overcoming disconnection through disconnection itself. Feeling as worth as a tree or a rock, away from stories and projects, made out of scratch: pure, invisible, imperfect, unbounded, unrehearsed, unpredictable, and just because of that - infinite.

What is left of you when there's no you out there is this:

                                                love

** Between 24 June and 23rd July I lived in "Monte Sahaja", the ashram of my guru in the southern region of Portugal. This is the 6th of a series of 7 entries I wrote while I was there. They'll be published here under the title "The Sahaja Diaries", a sort of chapter in the wider landscape of my "Summer Diaries" series.
All love and gratitude to Mooji-ji, in whose feet my head is always resting.
All love and gratitude to my Mooji sangha friends, whose presence I feel deeply in my heart wherever I am.


* * *
[versão em português]

O que sobra de você quando não existe nenhum traço de você é isto:

                                                tudo

Tem a ver com tomar café da manhã em silêncio.
40 graus centígrados e o corpo suando desesperadamente.
Cortar cebola e perceber devagarzinho que cada uma tem uma textura, e que não dá pra usar a faca do mesmo jeito para todas. Cada cebola é especial do seu jeito.
Tomar banho de balde com muito pouca eletricidade.
Eu, feliz, correndo para beijar os pés do Mooji com aqueles tênis New Balance cheios de barro.
Encontrar estas pessoas, comer chocolate, entrar no coração do medo e deixá-lo ir sem mim [cruzar o olhar com outros e descobrir, assim, que eles sentem isto também]. Encontros em que falar é supérfluo.
Pertencer completamente depertencendo completamente, atravessar além da desconexão através das portas da própria desconexão. Me sentir com a mesma importância de uma pedra ou uma árvore, longe de histórias e de projetos, partindo de nada: pura, invisível, imperfeita, ilimitada, sem ensaio, imprevisível, e só por causa disto - infinita.

O que sobra de você quando não existe nenhum traço de você é isto:

                                                amor




** Entre os dias 24 de junho e 23 de julho deste ano eu vivi no "Monte Sahaja", o ashram do meu guru no Alentejo, sul de Portugal. Esta é a sexta de uma série de sete notas que eu escrevi no meu diário durante meu tempo por lá, e elas serão publicadas aqui no blog sob o título "Os Diários do Sahaja". Eles fazem parte e são um capítulo da minha busca espiritual durante o verão de 2014, e que eu estou publicando como "Os Diários dos Verão".

Um comentário:

  1. Vim dar aqui por um link que a Adriana, nossa amiga, me mandou. Me senti bem com os seus textos. Obrigado! Devo agradecer à Adriana de novo. Beijo,

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