sábado, 16 de agosto de 2014

#70. The Sahaja Diaries: Emptiness/Os Diários do Sahaja: Vazio

[versão em português logo abaixo]

#1. emptiness

What is left of you when there is no trace of you living your life out there is this: 

                                            none

It's the end of my second week in Sahaja and I'm gone. 
No more than a shell, not even the organs inside my body i can sense.
Not missing anyone, no feeling of being found or lost, no happiness, no excitement, nothing to tell.
May a comet crash against the planet now; may I break my leg. All same same.  Same measure, same height, same importance. Therefore: no importance at all.
Life's not a balloon ride anymore because now I can't find neither my personal life nor the balloon.
The only life worth living is the one in which i simply do not exist.

#2. voyage dans la lune

it was supposed to be 2 weeks, but suddenly the days start to pile up from resistance to emptiness. walking back to my tent in the night, and notice I do not need a flashlight this time because the moon has grown bigger. so it comes to me like this:         i cannot leave before watching a full moon in Sahaja.
So I ask for an extension.
I’m now staying in Sahaja for a month.


* Sahaja, July 2014.
** Between 24 June and 23rd July I lived in "Monte Sahaja", the ashram of my guru in the southern region of Portugal. This is the 5th of a series of 7 entries I wrote while I was there. They'll be published here under the title "The Sahaja Chapter", a sort of chapter in the wider landscape of my "Summer Diaries" series.
All love and gratitude to Mooji-ji, in whose feet my head is always resting.
All love and gratitude to my Mooji sangha friends, whose presence I feel deeply in my heart wherever I am.

* * *

#1. vazio

O que sobra de você quando não existem mais traços de um você vivendo sua vida é isto:

                                                 ninguém

É o fim da minha segunda semana no Sahaja e eu sinto que alguma coisa em mim deixou este mundo.
Um conchinha, só isso. Nem os órgãos eu sinto dentro do meu corpo.
Sem saudade de ninguém, sentimento de ter me encontrado ou de ter me perdido de vez, sem êxtase ou empolgação, nada pra dizer pra ninguém.
Pode cair um cometa do meu lado; que quebre minha perna bem aqui. Tudo igual. Mesma medida, mesma altura, mesma importância. Importância nenhuma, portanto.
Viver não é mais um passeio de balão porque agora eu não consigo encontrar um eu e nem o balão. Que a única vida que vale a pena ser vivida é justamente aquela em que eu não existo.

#2. voyage dans la lune

Era pra ser duas semanas, mas de uma hora para outra os dias começam a acumular. é de noite, eu caminhando para minha barraca para perceber que hoje não preciso de lanterna porque a lua está maior. então vem deste jeito:             não posso ir embora antes de ver a lua cheia no Sahaja.

Peço uma extensão. 
Vou ficar aqui um mês e todas as luas. 
 

*Sahaja, Julho de 2014.
** Entre os dias 24 de junho e 23 de julho deste ano eu vivi no "Monte Sahaja", o ashram do meu guru no Alentejo, sul de Portugal. Esta é a quarta de uma série de notas que eu escrevi no meu diário durante meu tempo por lá, e elas serão publicadas aqui no blog sob o título "Os Diários do Sahaja". Eles fazem parte e são um capítulo da minha busca espiritual durante o verão de 2014, e que eu estou publicando como "Os Diários dos Verão".

Meu amor e gratidão ao querido guru Mooji-ji, em cujos pés minha cabeça está sempre repousando.

Todo amor e gratidão ao amigos da sangha, cuja presença eu sinto dentro do meu coração todos os dias, em qualquer lugar que eu esteja.

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