sexta-feira, 2 de agosto de 2013

#48. Os diários de bicicleta: Catalunha. Ponto.

26 julho - 02 de agosto
Barcelona-Parc Natural Montseny-Girona-Olot-Figueiras-Roses/Cap Creos- Cap de Begur - Tossa del Mar-Barcelona
350km de montanhas, praias mediterrâneas e vulcões, bem dentro do coracão do ciclismo

A Catalunha pra mim sempre foi Barcelona. Ponto.
E I never really got it. Porque, pra ser bem sincera, eu sempre achei Barcelona um pouco overrated.
Mas quando eu saí de bicicleta em direcão ao interior... Bueno. O mundo e seus tapas na minha cara.

Porque a Catalunha é um lugar assim: com praias transparentes de água quente e selvagens, montanhas maravilhosas que se espalham do interior até a costa, de zonas vulcânicas onde o chão meio que dissolve enquanto você faz o seu hiking sozinha em trilhas estreitinhas mas delicadamente sinalizadas, de cidades medievais cravadas literalmente sobre umas paredes de pedra na beira de precipícios.
E tudo isso, tudo isso no coracão do ciclismo.  Porque aqui é um dos hot spots do ciclismo mundial, um desses lugares cheios de estradas secundárias, com montanhas e retas, e que nunca fica tão frio que torne o inverno inciclável.
Vou comprar uma banana e o quitandeiro é ciclista, abre meu mapa e indica a melhor rota pra eu seguir. Um dia antes o cara do restaurante do camping, já meio pancudinho, anunciava seus 20 anos em cima de uma bike e me mostrava, também no meu querido e amassado mapa, como pegar a estrada que é, definitivamente, a mais linda em que eu já pedalei na vida, saindo de Arbúcies até Girona entre um cânion, à esquerda, e uma parede de pedra, à direita.

Acordar, pedalar 10 minutos até a praia, tomar sol por duas horas, e depois subir uma montanha até a zona vulcânica de Olot? E ainda cruzar o castelo que o Dali construiu pra Gala no meio do caminho?
Pela exuberância de Aleph, de microcosmo de tudo que existe de mais bonito nessa vida, com gente brava mas verdadeira, eu declaro meu amor pela Catalunha.
Na minha completa repulsa a compromissos de toda ordem, encontro um pedacinho meu que concede do lado de cá: sim, eu poderia viver aqui.

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